DESENVOLVIMENTO DE RESISTÊNCIA BACTERIANA POR MOLÉCULAS NÃO ANTIBIÓTICAS
DOI:
https://doi.org/10.24933/rep.v3i2.201Resumo
A resistência bacteriana é considerada um dos maiores problemas de saúde pública mundial, e sua evolução é uma questão multifacetada e influenciada por diversos fatores. A falta de compreensão para os perigos potenciais e o uso inadequado constitui um conjunto de definições que vareia de prescrição desnecessária de antibióticos a dose incorreta que podem ter levado ao estado atual dessa crise. O processo natural de resistência existe há muitos anos, contudo a necessidade usual dessas drogas nos levou a uma desvantagem ambiental grande, resultado de anos de pressão de seleção de aplicações humanas de antibióticos e este cenário leva o processo de resistência bacteriana a um nível não natural. Considerando-se que a resistência bacteriana é uma questão seria e preocupante, é passível questionar se existe a possibilidade de outras moléculas estarem envolvidas como aceleradores ou até mesmo indutores dessa resistência. Neste trabalho através de uma revisão da bibliografia pretendemos responder essa questão e ampliar o olhar frente a essa possibilidade. A evolução e disseminação da resistência aos antibióticos dependem da pressão antibiótica exercida no ambiente microbiano, quando mais de um antibiótico está presente no ambiente, a pressão seletiva produz variantes bacterianas que utilizam mecanismos múltiplos ou aperfeiçoam um mecanismo único de resistência para sobreviver sob as condições ambientais adversas. Considerando essa evolução estudos sugerem que a fluoxetina e o triclosan são indutores de resistência bacteriana e através de vários experimentos foi possível comprovar tal afirmação. Isso demonstra uma tendenciosa preocupação, já que além dos antibióticos serem os principais indutores, temos mais moléculas que colaboram com o aumento da resistência.Downloads
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